Entrevista - Piloto da categoria de Turismo Carioca Felipe Travagini

Os Travagini, pai e filho se preparam para entrar na pista

Por Marcus Lauria

Convido vocês, leitores do blog CarPoint News, a lerem uma excelente entrevista que fiz com um piloto novato que já está dando o que falar na categoria super-light de Turismo, aqui no Rio de Janeiro. O destaque do campeonato fica por conta de Felipe Campos Alves Travagini, de 26 anos. Travagini, como gosta de ser chamado, corre atualmente com um Gol "bolinha" amarelo, com o número 88 estampado nos vidros dianteiro e traseiro e nos laterais. A 11ª e 12ª etapas, para quem quiser conhecer a performance do piloto ocorrerá nos dias 25 e 26 de Julho deste ano, no Autódromo de Jacarepaguá. Para quem quiser ficar por dentro da pontuação e do que vem por aí em termos de campeonatos cariocas de velocidade, basta acessar o site da FAERJ - Federação de Automobilismo do Estado do Rio de Janeiro - http://www.faerj.org.br/

Essa será a primeira de muitas entrevistas exclusivas do blog que vocês poderão acompanhar nos finais de semana, sem data certa, mas fiquem de olho que sempre postarei pelo menos uma entrevista por mês, sobre assuntos variados. Vamos começar.

CPN - Como começou a sua paixão por automóveis?

Travagini - Essa paixão toda começou com meu pai, antes de se casar com minha mãe, quando ele tinha loja de escapamentos em belo horizonte e levava minha mãe nos famosos 'pegas' no mineirão. O gosto por automóveis foi herdado, isso é certo! Desde pequeno ia ao autódromo do Rio de Janeiro assistir meu pai correr de carro. Fui criado em oficina mecânica, corridas, autódromo e 'quatro-rodas' todo mês!

CPN - E pelas corridas, a influência foi mesmo do seu pai?

Travagini - Com certeza, desde os quatro anos que assisto meu pai correr de carro. Sem ter nenhuma noção de como se dirigia, já sabia que ele fazia a curva da vitória do autódromo do Rio de Janeiro de terceira marcha, freiava depois da placa dos 50 metros e por aí vai ! Não posso deixar de levar em conta o fato de ter crescido em uma década que foi muito vitoriosa pra nós brasileiros, sendo representados com pilotos como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi. Com certeza toda criança brasileira que tinha o mínimo de interesse por carros foi influenciada !

CPN - Você também dá opinião na parte mecânica e no acerto do carro, ou quem cuida disso são oa próprios mecânicos da sua equipe?

Travagini - Os mecânicos sabem o que fazer para solucionar um problema. Quem enxerga o problema é o piloto. Como não sou tão experiente assim, sempre conversamos a respeito do comportamento do carro para identificarmos se há algum problema. Existem coisas que devo me adaptar, mas na maioria das vezes, acertamos o carro para o meu tipo de tocada. De qualquer forma, sempre consulto meu velho!

CPN - Em quais campeontados de velocidade você compete atualmente?

Travagini - Atualmente disputo o carioca de turismo, categoria super-light, que a FAERJ e o Rio Motorracing Clube realizam.

CPN - Atualmente como anda sua qualificação no campeonato?

Travagini - Está dentro do esperado já que mudamos o carro para esse ano. A princípio essa temporada seria apenas para testes e acerto do carro, porém estamos a poucos pontos dos líderes. Ainda é cedo para darmos algum palpite para a temporada, mas tudo indica que iremos nos superar... quem sabe um lugar entre os três primeiros ?!

CPN - Pretende mudar de categoria, ou vai fica no Turismo mesmo?

Travagini - A princípio fico na turismo carioca. O automobilismo continua sendo um hobby para mim. Infelizmente, porque as corridas do Rio de Janeiro não são divulgadas e estão entrando em extinção já que nosso governo pretende transformar um dos melhores autódromos do mundo em arenas poli-esportivas que, mais tarde, serão grandes palcos para eventos musicais. Com isso, os patrocinadores não vêem grandes vantagens para apoiar um piloto que ainda compete numa categoria de base como a turismo.

CPN - As competições, os bastidores das corrias te ajudaram em alguma coisa na sua vida pessoal?

Travagini - O espírito esportivo é um elemento que toda pessoa deveria ter. Aprender a competir, saber lidar com a vitória e com a derrota, saber respeitar o próximo... Uma corrida de carros pode ser comparada a nossas vidas: Ultrapassar um concorrente poderia simbolizar um problema resolvido; a linha de chegada um objetivo. Também me ajudou a fazer amigos, a saber se relacionar com vários tipos de pessoas diferentes, dentro e fora da pista.

CPN - Como um piloto que está começando agora deve proceder para iniciar nas competições?

Travagini - Acredito que o primeiro passo seria entrar em contato com a federação do seu estado (ou a do mais próximo). Lá a pessoa pode se informar sobre as corridas, eventos, como se inscrever, requisitos para tal. Uma escola de pilotagem também acrescenta e facilita muita coisa!

CPN - E quais as categorias que você indicaria para esse iniciante?

Travagini - Bom, acredito que o kart seria a porta de entrada para toda categoria de corridas de carro/fórmula. Mas a turismo é uma excelente escolha para qualquer pessoa, de qualquer idade. Existem campeonatos regionais e nacionais, com certeza opção é o que não falta !

Momento tenso antes de começar a etapa de Turismo

CPN - Deixe um recado para os leitores do blog sobre o que é para você competir numa categoria dessas?

Travagini - É um hobby que conto os dias para as próximas etapas ! O investimento não é grande e a satisfação depois de um final de semana de corrida não tem preço. E por falar em corrida, o melhor lugar para acelerar é no autódromo. Correr nas ruas não está com nada e acaba colocando a vida de outras pessoas em risco.

Venha participar de uma corrida de turismo, nem que seja alugando um carro de corridas, com certeza vai ser uma experiência única ! Lá dentro consigo extravasar, colocar pra fora todo o stress e todos os problemas da cabeça.Convido vocês a assistirem as etapas do Carioca de Turismo, para que possamos juntar forças para que o auomobilismo carioca não morra, jamais !

O pódio já se tornou comum para o piloto Travagini

*Fotos Leo Real / Jo photo / Felipe Travagini